Marcos Aurelio

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Marcos Aurelio / Arte  / Silhuetas de Pelé

Silhuetas de Pelé

Ver silhuetas ao redor e em frente.

Procurar suavidade e as vezes agressividade na condução da ferramenta de trabalho.

Desviar da falta de sentido ou, pelo contrário, tomar um caminho incerto. Aquele caminho que parece não levar a lugar algum mas torná-lo convergente em direção ao objeto.

Sentir-se pleno ao mostrar o objetivo do seu trajeto.

Parece muito com o ato de desenhar mas foi  assim que ao longo do tempo passei a ver o talento do jogador Pelé.

Para quem viu ou vê os filmes ou vídeos de suas jogadas, ele , além de fazer parecer fácil jogar futebol, mostrava que é possível ver arte no esporte.

Concordo que definir arte ou o que é arte é complicado, a própria palavra tem vários significados. Então deixe-me falar sobre Desenhar.

Desenhar, começar a desenhar depende mesmo é de ser motivado e também de saber que a forma, a silhueta serão os companheiros durante o processo.

Deve-se sentir a existência de uma certa necessidade de criar simbologias, de arranhar superfícies mesmo que sejam gestos em pleno ar.

Sentir e desejar criar caminhos para chegar a determinado lugar.

Basicamente isso.

Quando desenho não vejo um ponto específico no papel, no muro, na madeira, na tela do computador ou onde quer que seja.

Não vejo uma ordem para começar.

O que quero fazer, o que quero apresentar depende da inspiração que surge a partir de um pedido comercial, de uma sugestão ou do simples fato de ver o que ninguém vê, de deixar a mente trabalhar com o nada. De simplesmente não censurar o pensamento para poder tornar o tudo em possibilidades visuais.

Eu procuro trabalhar com o que tenho em mãos,  seja para desenho comercial, para lazer, de observação ou conceitual – onde tenho que delegar mais tempo para criar a partir de um tema proposto por mim ou por terceiros –   e dentro de uma relativa ordem eu dou prioridade para ver a área total de onde vou atuar, conhecer o palco que receberá meu desenho, quero sentir seu espaço , sua superfície.

Outro fator importante é a escolha do material que irá marcar o caminho de meu trabalho.  Preciso sentir sua dinâmica, sua resistência ao movimento, se precisa ser domado ou se é apenas dócil e maleável.

Esses testes  me darão noção do tempo que o trabalho irá tomar.

Na verdade não me preocupa se usarei um lápis ou um tijolo, é preciso pelo menos sentir sua relação com o material que estará entre mim e a superfície de atuação.

A proposta é desviar das silhuetas ou fazê-las aparecer, é a de contorna-las para defini-las, é a de trazê-las para a luz ou jogá-las na escuridão.

É a de  marcar o caminho que irá mostrar para mim, para o espectador, para o  apreciador ou para o cliente minha visão das formas que só poderão vir ao mundo através das linhas que escolhi fazer. Através da minha trajetória.

As silhuetas podem ser inimigas que devo evitar ou formas perdidas necessitando ser encontradas.

Para mim as silhuetas são o ponto chave para inicio e fim de qualquer desenho.

Acredito que Pelé não via oponentes. Ele via silhuetas que eram confrontadas com suas jogadas em uma série de linhas que iam definindo seu desenho até a grande área, ou no preparo de uma jogada com a silhueta dos parceiros.

Mas é claro que o gol coroava como toque final o resultados de suas magníficas obras primas. Mais de mil delas pelo menos!

Feliz aniversário para nosso eterno rei do futebol!

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