Marcos Aurelio

Olá, sou Marcos Aurélio e trabalho com ilustração profissional desde 1991!

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Fora do padrão normal

Fora do padrão normal

Durante a pandemia ouviu-se muito o termo “novo normal” que acredito ser uma adaptação aos novos tempos que imaginamos para os dois anos de pandemia que ainda persiste mas aos poucos vai permitindo uma maior liberdade de ir e vir mesmo que ainda não tenhamos abolido o uso de máscaras.

Mas o padrão “normal” é algo presente e perpetuado sem que tenhamos a menor ideia do quanto estamos impregnados de sua presença.

Certo, usei um termo exagerado mas o apenas para tentar apresentar o quanto ele acaba ditando condicionamentos que causam certa estranheza nos momentos em que situações antagônicas acontecem.

Existem uma infinidade de situações que podemos considerar “diferentes” do padrão como os volantes de veículos do lado direito, ver pessoas canhotas desenhando ou escrevendo, aviões com asas alternativas, carros voadores iguais aos drones, desenhar na tela do computador são conceitos que causam um certo nível de estranheza , de algo que parece não ser normal basicamente por ocorrerem em menor quantidade em relação ao norma”, ao que foi padronizado esteticamente.

E é claro que a partir do momento em que a quantidade supera as expectativas passamos a ter um “novo normal”, como foi o caso dos smartphones com tela de toque que no dia do lançamento que eu assistia online fiquei boquiaberto ao ver Steve Jobs apenas deslizando os dedos sobre uma tela que ao mesmo tempo apresentava e interagia com imagens, áudios, vídeos, ligações e envios de mensagens simultâneas além de fotografar e filmar.

Quem poderia imaginar a transformação de um padrão para outro estava começando aquele momento? Eu nem sabia o que pensar enquanto via maravilhado a apresentação.

Olha que legal, é possível que você já tenha feito a experiência de assustar alguém na escuridão ao acender uma lanterna de mão iluminando seu rosto de baixo para cima e que acaba assustando duas vezes devido à uma aparição instantânea e pela condição anormal que seu rosto está iluminado pois “normalmente” a iluminação vem de cima para baixo ou espalhada regularmente ao redor dos temas.

E é justamente com essa ideia em mente que gostaria de comentar a potência que tem , visualmente falando, o uso de iluminações de formas não usuais no cotidiano e que nos geram reações ou percepções diferentes sobre o ambiente ou determinados temas.

Em filmes de terror principalmente a iluminação que vem de baixo para cima cria a dramaticidade perfeita para criar tensão na cena ou características sombrias para os personagens que conduz as expectativas do público.

Esse recurso, de criar uma espécie de personalidade para a cena, pode ser explorado tanto pela iluminação direta quanto pela luz rebatida e essa segunda ocorre naturalmente em praias iluminadas pelo sol de verão ou em áreas com neve espessa que é um material com mais de 80% de reflexividade e que também leva a luz rebatida para cima  iluminando discretamente pessoas, objetos e edificações.

O tema iluminado por baixo apresenta o realce de seus volumes através do uso de um padrão diferente de como iluminar a cena e cria formas diferentes de interpretar o que se vê.

Tem uma cena no filme “O caçadores da Arca Perdida” em que Indiana Jones vai roubar um ídolo e a luz dourada emanada pelo ídolo realça o rosto do herói reforçando a preciosidade do tesouro mais intenso para realçar a informação visual da tensão que aparece no filme.

Interpretei essa cena de maneira mais simplificada e contrastada para realçar a preciosidade do ídolo e o quanto o impacto visual pode aumentar com o uso da iluminação em pontos diferentes do habitual

Luzes rebatidas por traz são também uma forma de intensificar silhuetas e trazem sensações e reações diferentes pois nos dá uma ideia clara e reforçada da forma do tema mesmo que este esteja pouco iluminado frontalmente que é uma luz mais objetiva por tornar os temas mais identificáveis.

Veja bem, os livros mais básicos sobre luz e sombra tem informações mais do que suficientes para explorar as possibilidades de representação dos fundamentos de luz e sombra, porém somente com a prática das sugestões e indicações apresentadas por essas publicações é que você, artista profissional* ou amador, dominará sua aplicação nas intensidades e maneiras mais próximas do ideal ou do realismo.


Esse personagem sofre muito no momento do ápice da aventura e a luz forte e contrastante usada para iluminar seu rosto aumenta nossas expectativas para o que vai acontecer em seguida. Blearghhh!

*tenho que ressaltar que principalmente o ilustrador profissional deve ater-se a estudar sempre que possível tanto agregar informação quanto para testar seus conhecimentos pois com certeza algum cliente apresentará um desafio comercial diferente do que o profissional de ilustração faz NORMALmente.

Deixe nos comentários o quanto você já deixou a normalidade de lado para adotar algum padrão novo.

Obrigado pela leitura e Sucesso para você!!

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