John Mcclane ensinando Steve Rogers
Referências são usadas a todo tempo para os mais variados propósito e talvez seu excesso ocorra quando o resultado sinaliza ser apenas uma cópia ou releitura e não representar uma inovação.
Explicando melhor, faço uso de referências desde a infância por ter sido imposta na maioria das vezes como exemplo a ser seguido, de como fazer as coisas e na maioria das vez feito por meus pais, e ao longo do tempo fui adaptdando esse “jeito certo de como fazer” e o transformando através de meu ritmo, nível de entendimento, formas de aplica-los o que foi apresentado como exemplos, referências.
A referência tem forte potencial para ser indicador do que e de como começar fazer.
O mais interessante, no mundo das artes visuais, é fazer seu uso quando já aprendemos e conhecemos os fundamentos que norteiam nossa produção artística mas queremos aprimorar um ponto de vista ou tentar outras possibilidades através de diferentes linguagens, técnicas, exemplos ou simplesmente, referências.
Mas sempre me preocupo em usar o referencial apenas para consulta e não como um guia definitivo que crie uma dependência visual para o meu trabalho.
Na ilustração comercial faço uso direto, variado e intenso de referências visuais – sejam vídeos, fotos ou objetos – ora para estudar como melhor representar o que observo, ora para representar texturas fieis para o tema que estou desenvolvendo mas diferentes no aspecto geral, para entender proporções, iluminação para facilitar a construção de cenários com objetos variados onde preciso entender o melhor ângulo de perspectiva e que até comentei na postagem “As Cascas de Cebola definindo a animação” como usei um carrinho de brinquedo de referência para uma ilustração sobre formula 1.
Entenda, não precisamos conhecer todas as formas, texturas , anatomias ou materiais existentes para ser um ilustrador profissional mas manter o dinamismo que uma mente curiosa oferece para pesquisar e usar as potenciais referências visuais a partir da necessidade apresentada pelo projeto.
Tenho no material de referência, pesquisado por mim ou oferecido pelo cliente, uma ferramenta estratégica para facilitar a produção visual solicitada para os projetos de meus clientes e que se são usados sem parcimônia mas é claro que depois de um certo tempo de uso algumas texturas, acessórios, veículos ou ferramentas podem ser facilmente representadas principalmente para as etapas de criação pois já passei a entender suas principais características.
Segundo o artista premiado de quadrinhos Frank Miller “se você quer desenhar um revolver você tem que segurar um pelo menos” mas, entendendo totalmente o conceito e discordando cordialmente, eu posso simplesmente imprimir em tamanho real a foto de um, colar sobre um folha de papelão e recortar sua silhueta para então preparar minhas amostras de arte. Mais fácil e de certa forma até mais seguro e prático.
Atualmente é mais do que recorrente, para meus estudos e aperfeiçoamentos de técnicas, o uso de audiovisuais como referências para praticar os mais diversos fundamentos de arte pois a maioria deles estão espalhados nessas mídias em diferentes níveis de intensidade e permitindo seu aprendizado de maneira totalmente intensa e para várias possibilidades de técnicas de execução.
Já havia comentado sobre o tema na postagem “Copiar, interpretar e inovar” mas tive a ideia de escrever sobre referências enquanto fazia meus estudos usando o filme “Duro de Matar” a partir daquela cena em que John Mcclaine está se esgueirando por dentro de uma tubulação; a ideia era de explorar a perspectiva com um ponto de fuga que foi usada com eficiência para passar a claustrofobia do ambiente apertado onde o herói estava( vide as imagens que apresentei nessa postagem até aqui).
E eis que foi nesse momento que resolvi pular do primeiro para o terceiro filme para explorar outras ideias pois lembrei de outra cena em lugar pequeno mas não tão claustrofóbico e que é a cena do elevador e que me deixou boquiaberto pois logo de imediato percebi de onde veio a referência para a cena do filme “Capitão América 2: O Soldado Invernal” em que acontece aquele quebra pau icônico dentro do cubículo.
No caso do John Mcclaine , sem superpoderes, ele se vira como pode e resolve a situação de maneira bem mais sangrenta mas muito tensa, dinâmica e de maneira bem mais cruel.
As referências surgem ou são sugeridas o tempo todo e ela pode ajudar a solucionar problemas na criação de projetos ou simplesmente sugerindo o uso de ideias antigas que podem ser revigoradas, passarem por releitura ou serem o complemento ideal de projetos em andamento.
Tem uma cena maravilhosa no filme “Os Intocáveis”, de 1987, que acontece nas escadarias internas de uma estação de trem onde Elliot Ness, o mocinho, tenta segurar um carrinho de bebe que está descendo desgovernado em meio à um tiroteio entre ele e membros da máfia de Al Capone.
Ese momento de cena foi originalmente apresentada no filme “O Encouraçado Potenkin”, de 1925, e que tem a cena original, ou copiada, de um carrinho de bebe descendo desgovernado os degrau de uma grande escadaria representando assim um daqueles casos em que a obra posterior acaba por copiar mas fazendo diferente.
Bruce Willis, o eterno John Mcclaine se aposentou devido à uma doença degenerativa mas acredito que seu talento poderá mantê-lo ainda no mundo da produção cinematográfica mesmo que nos bastidores.
Deixe nos comentários que tipo de referência gosta de usar em seus trabalhos e o quento elas são importantes em seus processos criativos.
Obrigado pela leitura e Sucesso para você!!