Criativos na Pixel Show
“Até um tijolo quer ser alguma coisa”.
Essa frase do arquiteto Louis Kahn, é mencionada na abertura do meu vídeo “Escultura pra que?” no Youtube.
De forma simplificada ela resume a preocupação que ele tinha com o material pelo que ele é.
Posso expandir um pouquinho associando esse pensamento com o valoroso poder da simplicidade.
Pois bem, no último dia trinta de novembro fui conhecer pela primeira vez a Píxel Show, um evento que expõe diversos talentos criativos através de palestras, workshops, manifestações artísticas e tendências inspiradoras.
É interessante citar que foi organizada no centro de exposições e eventos Pro Magno, o mesmo local onde, em 2012, foi realizado o evento de decoração ABUP que teve toda a sua programação viual baseada no meu estilo Popart.
Fazia tempo que não visitava o local e logo na entrada era possível ver o quanto estava lotado de visitantes.
Haviam vários estandes com produtos e propostas variados mas resolvi começar logo pelas mesas dos expositores criativos que ficavam na periferia interna do evento.
Se formos pensar em economia criativa baseado apenas no que vi, teremos um leque de infinitas possibilidades:
De tênis coloridos personalizados “a máquinas cortadoras a laser portátil, de galeria de arte itinerante montada sobre uma bicicleta “a bolos modelados em esculturas ou bustos realistas.
Eram possibilidades criativas desdobrando-se em outras e impulsionadas através do direcionamento comercial dos artistas que as desenvolveram.
Em sua grande maioria eram produtos e serviços personalizados.
Foi também muito bom ver a quantidade de artistas visuais apresentando uma variedade de estilos e técnicas aplicados em diversas mídias e suportes e com diferentes propostas e propósitos.
Um dos artistas autorais propunha a releitura de temas musicais em versões estilizados de pôsteres de cinema, outros com propostas de podcast sobre ilustração e outro com esculturas virtuais e impressos em 3D e pintadas a mão.
Aquela máxima do poeta que diz “o artista vai aonde o povo está” não fez-se correta nesse caso pois foi muito mais interativo o contrário com os visitantes comparecendo a uma espécie de aglomerado criativo com estímulos vindo de todos os lados.
No meu vídeo que citei nesse post também comento sobre a importância da exposição “ The Art of the Brick: DC Super Heroes”, do artista Nathan Sawaya, onde diversos cenários em miniatura totalmente montados com Lego.
Demonstrando de forma explícita que é uma das melhores ferramentas para explorar a abrangência de nossa criatividade.
Usando o poder da simplicidade quero incluir uma ferramenta extremamente prática e que vem sendo usada desde a pré-história e que tanto transmite informação quanto exemplifica ideias: o desenho.
Muito do que vi nesse evento teve com certeza seu início, sua representação feita em um diagrama, um gráfico, um esboço, um desenho.
Não é necessário ser criativo para poder desenhar mas o conhecimento das técnicas simples e básicas do desenho podem potencializar a criatividade.
Quando imaginamos as formas que compõem nossas visões ou idealizações estamos fazendo desenhos mentais do assunto.
-Não pense em elefante!
Essa é clássica.
O difícil, a princípio, pode ser representar esse elefante – de frente, de lado, de costas, com a tromba levantada…- mas apenas a simples indicação com traços simples já é suficiente para representar essa imagem que temos na mente.
Desenhamos a todo momento e não digo desenhos concretos e visíveis mas esboços aéreos, gestuais em pleno ar quando gesticulamos ao mesmo tempo em que explicamos nossas ideias.
Nesse momento estamos reforçando visualmente uma informação.
Exatamente o que faz uma ilustração e que por sua vez pode ser um simples desenho.
Diagramas, gráficos, fluxogramas, desenhos simples ou meramente indicativos( smiles acima) são poderosos o suficiente para guiar nossa mente para explicações, para organizar a visualização das ideias, para vermos as possibilidades, os prós e contras na execução de novos projetos.
Com o conhecimento do uso de uma ferramenta fica-se livre para pensar no seu uso dentro de um projeto.
Aprender fundamentos básicos e muitas vezes simples do desenho pode facilitar a desinibição em apresentar suas ideias de modo gráfico.
Facilita-se assim o entendimento de conceitos para possibilitar a discussão e melhoria do projeto proposto.
Ser criativo pode ser também fazer uso do pensamento sem censura, de ser a quebra da regra do que pode e do que não pode.
É transformação, é fazer uso do não habitual explorando o que está fora dos padrões conseguindo assim gerar possibilidades nunca antes cogitadas justamente porque fugia à regra.
Os desenhos podem guiar e tornar o pensamento livre de amarras dando a certeza para o autor de que qualquer imagem imaginada poderá ser esentada.
A necessidade sempre aumentou a busca por soluções.
As perguntas por sua vez sempre nos moverão no avanço do conhecimento e aprendizado contribuindo para nossa evolução criativa.
“É só isso que pode ser feito?”, “O que mais posso extrair do meu talento?”, “O que pode existir após esse estágio?”.
Por mai simples que possa parecer as ideias são sempre o trampolim para alcançar diferentes níveis de qualidade, de tecnologia, de conhecimento.
Salte mais e cada vez mais alto.
Obrigado por chegar até aqui na leitura.
Sucesso para você e suas idéias!!