Marcos Aurelio

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Influenciado pelo Conan

Influenciado pelo Conan

Impacto visual que ajudou na escolha da ilustração como vertente artística.

Poster do filme Conan, o bárbaro criada pelo ilustrador Renato Casaro.

Conheci o personagem Conan o Bárbaro na década de 80 em uma revista em quadrinhos.

Mais precisamente foi a imagem do pôster do filme que aparecia na capa daquela revista que me saltou aos olhos pois era uma pintura mas muito realista.

Tempos depois soube que aquela era a arte de um fantástico ilustrador responsável por inúmeros pôsteres ilustrados, o artista Renato Casaro para o qual ainda quero fazer um vídeo sobre sua arte e sua influência na ilustração.

Além da imponente arte havia, na contracapa eu acho,  a foto de divulgação do filme com um homem musculoso segurando uma espada intimidante ao lado de outras pessoas também fazendo pose.

Era o tal Arnold Schwarzennegger.

Não comprei a revista mas fiquei com as imagens na cabeça imaginando as batalhas e combates que deveriam envolver a história.

Eu acabei assistindo ao filme primeiro – e gostei muito – antes de começar a ler os quadrinhos do personagem.

Tempos depois assisti ao segundo filme, “Conan o destruidor” e isso incentivou minha busca por mais quadrinhos e mais informações sobre as histórias do tal cimério.

Edição americana da Espada Selvagem de Conan número 102.

Foi então que conheci a revista Espada Selvagem de Conan que explodiu minha cabeça com tanta ação e aventura mas principalmente com tantas artes diferentes do padrão de quadrinhos que conhecia.

As capas dessa coleção tinham um nível de ilustração que eu jamais tinha visto e as histórias com artes em preto e branco me deixaram impressionado pois Conan não era um selvagem de poucas falas, como mostrado nos filmes, mas um guerreiro articulado, inteligente  e estrategista.

De certa forma e à sua maneira ele zelava pela justiça mas era insano e sanguinário quando provocado.

Nossa, que história em quadrinhos incrível de se ler!

Ah, e tive um bônus nessa mesma revista que li fora da ordem da coleção, era a de número 102, pois essa publicação tinha a capa feita pelo genial artista Bill Sienkwicks – na real só fui conhecer mesmo seu trabalho na revista em quadrinhos Elektra Assassina com ilustrações impressionantes e esse ilustrador também merecerá um vídeo sobre seu trabalho.

A arte dessa capa era uma ilustração muito realista. Mas isso é que era incrível nessa coleção: todas as capas eram verdadeiras obras de arte produzidas por diferentes artistas.

As páginas, compostas de artes a traço sem cor eram muito detalhadas e com forte contraste.

Para as variações de sombra e de tons era utilizado muita aplicação de reticulas com tons e texturas variados.

Vários artistas assinavam a produção mas na grande maioria das vezes os desenhos ficavam a cargo do artista John Buscema e a arte final era delegada para outros profissionais.

E foram os traços a nanquim do artista Tony de Zuniga nas edições 40 e 42 que realmente me impressionaram e me tornaram fã de sua técnica.

Esse artista tinha uma representação da anatomia feminina simplesmente linda e seus traços não tinham excessos e eram muito gestuais.

Pra mim ele estava no mesmo nível em termos de anatomia que o italiano Serpieri, criador e artista da série Druuna.

Tony di Zuniga fazia parecer fácil a técnica de desenhar mulheres. Foi um dos motivos que reforçaram minha vontade de trabalhar com ilustração.

Não me senti tentado a fazer quadrinhos mas sim em usar a arte como forma de ganhar a vida.

Basicamente as revistas do Conan eram um ótimo exemplo de referência visual para anatomia humana com personagens em diversas poses. Visualmente aprendi muito em termos de desenhar a dinâmica de poses estáticas e as de movimento.

Eu procurava “ler” as linhas desenhadas pelos artistas da revista para traduzir em desenhos que fazia ao copiá-los a exaustão em qualquer folha que estivesse a disposição.

Tempos depois, incentivado pela necessidade de apurar a técnica de desenhar principalmente a anatomia humana, resolvi estudar ilustração e design na escola Panamericana de Arte onde durante uma das aulas sobre técnicas de pintura fiz a representação de uma cena de Conan.

A técnica usada foi guache sobre papel canson e na inocência de meu aprendizado quis fazer o mais real possível.

O interessante é que durante a produção da arte eu ia imaginando que incrível seria vê-la sendo realmente uma capa da série Espada Selvagem de Conan.

Nossa, isso seria demais!

Usei muito essa coleção de poucas revistas que tinha como referência para estudar e aprimorar o equilíbrio visual para meus desenhos.

Faz tempo que a coleção foi cancelada no Brasil e tempos atrás surgiram informações que haveria um relançamento mas até o moento que escrevo este post nada foi decidido.

Muita coisa pode ser encontrada online mas a memória afetiva sempre vem à tona quando o assunto é Conan o bárbaro.

Quanto àquela antiga arte que fiz nos tempos de aulas de ilustração posso hoje – graças à facilidade da tecnologia – abusar da manipulação digital de imagens e fazer uma montagem com a arte daquele estudante para simular uma capa da revista A espada Selvagem de Conan versão americana.

Arte original das aulas de ilustração simulando capa da revista americana.

E não é que ficou legal?

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