Marcos Aurelio

Olá, sou Marcos Aurélio e trabalho com ilustração profissional desde 1991!

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A Arte de Aprender e Evoluir: Dicas de Profissionais Criativos

A Arte de Aprender e Evoluir: Dicas de Profissionais Criativos

Se você quer aprender de maneira eficaz, uma das formas mais básicas e poderosas é a leitura seguida de anotações. Segundo o professor Pierluigi Piazzi, “só aprendemos quando escrevemos”.

“Só aprendemos quando escrevemos” professor Pierluigi Piazzi.

Sendo assim, quero compartilhar alguns momentos de conhecimento na leitura deste texto, que acredito que te ajudará a melhorar seu desempenho profissional.

Vamos lá:

Para quem você pede opinião sobre seu trabalho?

Para quem você vai pedir conselhos sobre a evolução profissional que está fazendo ou deseja iniciar?

Quem você procura quando surge uma dúvida técnica a qual você não tem a menor ideia de como solucionar?

Bem, provavelmente você procurará um profissional do setor profissional que entende, conhece e ainda trabalha na área, ou que o fez durante muito tempo com excelência na profissão.

Isso é verdadeiro para qualquer setor da economia e, cada vez mais, torna-se necessário contar com a ajuda de profissionais que acompanham a evolução dos respectivos setores. Eles são as referências que ajudarão os menos experientes a encontrar caminhos e soluções para problemas diários que, em muitos casos, requerem soluções rápidas e imediatas.

Trabalhar no setor da economia criativa exige que, pelo menos, a pessoa se intere de diversos assuntos, mesmo que aleatórios, para que assim crie um repertório variado que poderá ser acessado no instante em que tiver que produzir/criar seu material de trabalho.

Ser criativo é fazer o máximo de combinações que resultem em uma variação dos temas originais para atender a uma necessidade.

O rato Remy combinando alimentos diferentes.

A sobremesa brasileira “Romeu e Julieta”.

Eu ia usar a antiga ideia da sobremesa brasileira chamada “Romeu e Julieta”, doce de goiabada com queijo branco, mas notei que nem todas as pessoas gostam. Então, pensei em usar a cena do filme “Ratatouille”, em que o rato Remy combina dois ingredientes para obter um sabor original. No entanto, muitos coaches de autoajuda já fazem isso.

Lembrei-me do seguinte: quando jogamos uma pedra, usamos um conjunto articulado – mão, antebraço e braço – que está apoiado em uma base que é o corpo. Ok, eu sei que o movimento praticamente começa nos calcanhares, mas deixa eu simplificar para obtermos o resultado mais simples visualmente.

Existe um limite de distância que cada pessoa consegue atingir ao arremessar a pedra, mas o movimento e o princípio mecânico são bem simples e fáceis de ser repetidos.

Muito bem, imagine agora que estamos na Idade Média e que os invasores não conseguem transpor os muros do inimigo, pois a construção não oferece forma de transpassá-los.

De repente, os engenheiros de guerra propõem: “E se tivéssemos um braço gigante que pudesse arremessar pedras maiores, mais pesadas e a grande distância, assim arrebentando os muros para podermos entrar?”

Agora imagine que alguém sugere: “Na verdade, poderíamos fazer uma funda gigante, pois se Daví, usando uma  pequena, conseguiu derrubar o gigante Golias, uma maior poderá derrubar os muros do inimigo.”

Então o engenheiro-chefe diz: “Só um momento, as duas situações necessitam de um braço, e a distância e potência do arremesso são maiores se a mão desse braço estiver segurando uma funda com a pedra dentro.”

O engenheiro-chefe fica pensativo durante um tempo e finalmente diz: “Já sei, vamos construir uma máquina de guerra que combine essas duas características e, se der certo, poderemos replicar a ideia muitas vezes.”

Foi assim que inventaram a Trebuchet.

( na verdade não sei se foi dessa maneira mas apresentei uma forma alternativa e criativa de idealizar como teria ocorrido o processo criativo dos engenheiros de guerra envolvidos na questão)

Trebuchet do site Time.Ref

A trebuchet era o que poderíamos chamar de canhão de longa distância da era medieval. Com ela, era possível até mesmo calcular o peso da carga a ser lançada baseada na distância que a respectiva trebuchet poderia lança-la.

Até hoje, nos campeonatos de arremesso de melancia a distância, a trebuchet é extremamente útil e é a combinação prática de um braço combinado com uma funda, mas em grandes proporções.

A necessidade guia o objetivo desejado.

Criar qualquer coisa sempre demandará que a pessoa criativa se livre de preconceitos ou ideias preconcebidas, para que assim tenha a mente livre para poder criar o que quiser, quando quiser.

Segundo John Cleese, “criatividade é pensamento sem censura”.

Falando em trebuchet, lembro-me do início deste texto, onde comentei sobre sempre procurar profissionais para te orientar na melhor solução para sanar dúvidas ou problemas na área em que você atua.

Trabalho há mais de 30 anos com artes visuais, mas alimento ao máximo meu acervo criativo com o máximo de informações, sejam elas escritas, audiovisuais, conversas com diferentes pessoas que por sua vez tem uma variedade de visões alternativas para os mais diferentes assuntos também e que mais tarde me ajudam com  minhas reflexões.

Uma das formas visuais que mais sou apaixonado em buscar informações são os documentários em geral, pois sei que eles são apenas a ponta do iceberg de um conhecimento muito maior.

Com o YouTube, essa minha vívida mania tornou-se um paraíso, pois encontro de tudo. Mas muito antes da internet, minha atenção voltava-se para o que estivesse disponível, como fitas de vídeo, DVDs e, logo depois, os Blu-rays.

Trebuchet usada pelo exército de Minas Titith em O Retorno do Rei.

Foi justamente em um dos Blu-rays da trilogia “O Senhor dos Anéis” que conheci, entre vários profissionais da produção do filme, um que chamou muito minha atenção por utilizar desenhos prévios para planejar seus projetos, aerografia para a pintura dos protótipos iniciais, testes e observações, análises e correções para os melhores resultados de seus trabalhos práticos ao produzir roupas e máscaras prostéticas para efeitos especiais dos filmes em questão: o diretor de arte Gino Acevedo.

Ao continuar a ver o trabalho dele nesse filme, acompanhei detalhes mais apurados de seu trabalho em outro filme que muito marcou meu interesse nas informações de bastidores: o Blu-ray do filme “Avatar”, de James Cameron, onde ele mostra a migração da forma tradicional de pintura de seus modelos práticos para a pintura digital das texturas da fauna de Pandora.

Veja bem, a prática em sondar, pesquisar, ater-me a detalhes me permite explorar, identificar e perceber nuances nas explicações dos respectivos profissionais dos documentários. Tenho uma experiência prática que me faz enxergar o que não está sendo explicado por Gino.

Gino Acevedo trabalhando em um dos personagens dos filmes do Senhor dos Anéis(link para podcast).

Por exemplo, trabalhar com aerografia exige manejo do equipamento, controle de pressão do ar, distância e uniformidade durante a aplicação da pintura, e conhecimento prévio da superfície que está recebendo a aplicação de textura. No caso da pintura digital, trabalha-se distante do objeto, que está nos confins do computador/programa, mas que permite uma simulação de resultados extremamente realista e mais precisa. Toda a operação é produzida e desempenhada seguindo a experiência que o artista tem no mundo analógico, no mundo tátil que é nossa realidade.

Tive a oportunidade, através das redessociais, de falar com Gino Acevedo sobre desenho e ilustração e questionei: “Você acredita ser importante para os candidatos que te apresentam portfólios saberem pelo menos os fundamentos de desenho para poder desenhar bem e assim apresentar artes finalizadas sobre uma boa base artística previamente feita?” Ele respondeu: “Nossa, falo para meus alunos o tempo todo como é importante conhecer e compreender os fundamentos básicos de habilidades como desenho artístico, pintura e escultura. Digo que você não precisa ser um Michelangelo ou um Picasso, mas apenas fazer algo tangível, que possa ser tocado, e esse entendimento é muito importante e gratificante.” Gino aponta que esse conhecimento ajuda muito nas habilidades digitais de produção de arte (2D ou 3D). Continua ele: “Vejo muitos portfólios onde tudo é digital e muitos alunos nunca seguraram um pincel ou um lápis. É muito triste.”

Veja bem, nós, profissionais das artes, digitais ou tradicionais, podemos apenas mostrar o caminho, mas é você quem deve trilhá-lo para descobrir além do básico, além de toda a bagagem que procuramos transmitir. Será você quem sentirá as irregularidades que o caminho mostrará para seus pés, será você que perceberá o quanto em decliveou aclive ele estará, pois ambos te obrigam a gastar energia de formas diferentes, mesmo estando na mesma caminhada. Será você que utilizará, de acordo com a necessidade, a aplicação dos fundamentos ensinados por nós e praticados por você, e que mostrará que realmente os aprendeu em situações práticas muitas vezes dsconhecidas dos cursos ou salas de aula, pois nesse momento terá que fazer combinações para que sua performance se adeque ao caminho que está percorrendo.

A prática dos exercícios e dos fundamentos lhe servirá apenas como base para saber como agir, mas será o uso contínuo desse conhecimento que te fará entender como deverá aplicá-los frente às dúvidas e problemas quando eles surgirem.

Seus mestres e professores, sejam eles quem forem, poderão agir como Oráculo na maior parte das vezes, apenas apontando o possível resultado que sua ação poderá gerar, mas será você quem deverá pesar qual aplicação poderá ser feita, como e quanto deverá ser feita.

Os mestres indicam o caminho, mas os alunos devem seguir sozinhos, contando apenas com o conhecimento adquirido.

As possibilidades são infinitas do que pode ser feito, e quanto mais você estiver aberto para aprender, praticar maior segurança terá posteriormente para colocar esse conhecimento à prova, e assim obter uma maior definição da sua forma de fazer arte; mais facilmente encontrará o “seu jeito de fazer as coisas”. Mas tenha em mente que sempre será lapidado com novos conhecimentos e possibilidades que, como mencionei, são infinitas.

Segue abaixo um link de um incrível podcast com Gino Acevedo que vale a pena ouvir para conhecer um pouco mais sobre esse incrívlel profissional( em inglês):

https://thelastlookspodcast.podbean.com/e/gino-acevedo-vfx-creative-art-director/

 

 

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